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Somos todos ansiosos?

  • Foto do escritor: Seu Divã
    Seu Divã
  • 4 de abr. de 2023
  • 3 min de leitura

Muito se fala de ansiedade, vamos entender um pouco sobre esse sentimento pelo olhar da psicanálise.


O pai da psicanálise Sigmund Freud falava muito sobre a angústia, que podemos entender como ansiedade usando um termo mais atual, é um estado emocional desagradável, que pode vir acompanhado de sensações físicas que alertam a pessoa sobre um perigo iminente. Esse sentimento e desconforto pode ser vago, difícil de descrever ou localizar.

Diferente do medo que é direcionado para algum objeto que sabemos nomear, a ansiedade nem sempre pode ser nomeada, simplesmente é uma sensação que nos acomete tendo um motivo aparentemente claro ou não.

Por exemplo: Estamos andando em uma rua e vem dois homens em uma

moto, e você fica com medo de ser assaltado, logo esse medo tem um motivo concreto.

Já a ansiedade, você está andando em uma rua e está com medo, mas não sabe do que, pode ser de um assalto, de um sequestro, de qualquer outro tipo de violência, ou seja, você sente que está ansioso, porém não consegue precisar o motivo.

A ansiedade é uma espécie de defesa do ser humano. Onde o seu corpo se prepara para agir caso aconteça o pior. No mesmo exemplo da rua deserta que você está passando e está ansioso, se algum perigo iminente se concretizar você estará preparado para correr ou se defender se for o caso.

Existe um sentimento de apreensão em relação a um perigo desconhecido.

No mundo moderno atual, onde tudo acontece "fulltime", vivemos um momento onde a cobrança da sociedade é grande e a auto cobrança é maior ainda. Isso certamente gera uma grande ansiedade e consequentemente vai gerar grandes frustrações por não conseguirmos bater todas as metas que a sociedade desse mundo moderno impõe.

A sensação que temos é que não existe espaço para o vazio e cada vez mais as pessoas não conseguem lidar com suas frustrações e momentos de ócio.

Atualmente o meio de cobrança mais presente, a Internet, que serve também como uma espécie de espelho, olhamos a vida das pessoas, com suas “metas” batidas, grande prosperidade, família perfeita e com frequência baseamos nossas metas e comparamos nossa vida o tempo inteiro, em busca desses ideais.

A ansiedade dá uma sensação de vazio, um buraco dentro de nós, que tentamos preencher de diversas formas, entre elas: distúrbios alimentares, dependência emocional, vícios, entre outros. Tentamos preencher este “buraco”, esse vazio de alguma forma, comendo cada vez mais, nos apegamos a pessoas que muitas vezes nos fazem mal, ou nos entregamos a buscar prazer em drogas lícitas e ilícitas, na esperança de preencher esse vazio ou mesmo anestesiar, poder esquecer por um tempo, porém quando passar o efeito tudo estará lá novamente. Essa busca se renova, criando assim ciclos viciosos.

A ansiedade é constitutiva em todo ser humano, segundo Freud momentos marcantes relacionados a nossa infância estão intimamente ligados a esse sentimento, o sinal de alerta vem quando se torna excessivo, causando danos para a vida da pessoa, impedindo de viver e realizar atividade que antes eram realizadas de forma natural.

A ansiedade é um alerta que nossa mente emite como sinal, Freud identificou três tipo de ansiedade:

A ansiedade realista: Que está relacionada a uma situação de perigo externa;

Ansiedade neurótica: A situação de perigo é interna, um perigo desconhecido que está relacionado a nossas vivências passadas;

Ansiedade Moral: Perigo relacionado à moralidade, é quando a pessoa tem a necessidade de fazer algo que ela julga moralmente errado, gerando sentimento de culpa e vergonha.

Para psicanálise essa angústia/ansiedade está presente, sendo parte natural do nosso desenvolvimento infantil, onde temos que lidar com situações diversas em nossa infância, nascimento, separação da mãe, sentimento de desamparo, medo da perda do amor dos pais, entre outras situações que vivemos, são perdas sofridas, muitas vezes de forma traumática. Quando adultos podemos passar por situações que despertem gatilhos e muitas vezes uma ansiedade considerada “normal” pode tomar grandes proporções e sofrimentos.

Lembre-se que não é preciso chegar no limite para buscar ajuda de um bom profissional, a psicanálise vai te ajudar a ter um novo olhar, uma nova perspectiva diante desses sofrimentos.



Por: Luciana Rodrigues e Clarisse Mendes.

 
 
 

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